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O Corpo-Seco




     Corpo-Seco ou Unhudo, é uma assombração presente no folclore brasileiro, mais especificamente na região sudeste.
     Entretanto essa lenda também está presente em vários outros estados brasileiros entre eles: Amapá, Paraná, Amazonas, Minas Gerais, e em alguns países africanos que falam a língua portuguesa.

A lenda

     De acordo com a lenda, o Corpo-Seco era um homem muito mau, egoísta e era incapaz de sentir afeição por alguém. Para se ter uma ideia, o homem era tão ruim, tão ruim, que respondia e batia na própria mãe.
     Acontece, que bom ou mau, ninguém vive eternamente, e como acontece com todo mundo, ele acabou falecendo. A partir dai o infeliz foi rejeitado por Deus, pelo Demônio, e até mesmo a terra onde o mesmo tinha sido enterrado o enjeitou, o expulsando, já em estado de decomposição. A partir dai o Corpo-Seco se transformou em uma especie de assombração, ossuda, magra, decomposta e horripilante, que passa a maior parte do dia grudada em troncos de arvores, sendo que as mesmas secam quase que instantaneamente com o seu toque.
     Durante a noite, o Corpo-Seco fica a espreita, na beira das estradas, grudado em algum tronco, a espera de algum viajante desavisado que esteja passando por perto. Quando o Corpo-Seco avista alguém ele ataca, pulando em cima da pessoa com o intuito de chupar o sangue da mesma. Caso a vitima não for socorrida, pode acabar morrendo. O Corpo-Seco se alimenta exclusivamente do sangue de suas vitimas, e se ficar muito sem se alimentar, ele é consumido pelo fogo do inferno.


O Corpo-Seco de Monteiro Lobato - SP


A trilha que os moradores dizem ser assombrada.



     A cidade de Monteiro Lobato - SP está longe de ser mais uma cidadezinha tranquila do interior de São Paulo, pelo contrario, de acordo com os moradores, uma trilha entre os Vales do Buquira e do Trabiju é assombrada até hoje por um Corpo-Seco.

     E existe até mesmo um morador da cidade que conheceu o tal corpo-seco antes dele se transformar em corpo-seco.      Trata-se de Geraldo Periquito, um dos moradores mais antigos da localidade, que vive a mais de 40 anos na cidade.
     Geraldo conta que o nome do tal Corpo-Seco ainda em vida era Zé Maximiano, homenzinho ruim desde pequeno, batia nos pais, especialmente na mãe, e que encontrou seu fim de maneira trágica, assassinado.
     Geraldo conta que depois de morrer, Zé foi enterrado no cemitério local. Mas para o espanto de todos, o corpo foi refugado pela terra, que recusava-se a acolher aquele cadáver.
     Já em estado de putrefação, o corpo foi colocado dentro de um balaio e Pedro Vicente, um dos poucos amigos de Zé Maximiano, foi o designado para a tarefa de levar o corpo do amigo para um lugar afastado, uma gruta para ser mais exato. Para auxiliar Pedro nessa tarefa, o padre da cidade deu-lhe uma vara de marmelo benta, instruindo-o a usar a vara para bater no corpo-seco caso ele tenta-se fugir ou atacar Pedro.
     A tal gruta foi escolhida como jazigo da entidade, pois era rodeada por um córrego, córrego esse que o Corpo-Seco não pode cruzar de acordo com a lenda.
      Pedro conseguiu chegar até a  gruta, mas quando descarregou o necrófago, ele o segurou pelo braço, impedindo-o de retornar. Pedro desesperado, ainda conseguiu se lembrar do conselho do padre e proferiu vários golpes contra a criatura usando a vara de marmelo.
     A criatura enfim o soltou, e ele conseguiu escapar daquele lugar, onde ele jurou nunca mais voltar depois daquela experiencia.
     
     Mesmo após 40 anos do ocorrido, os habitantes relatam ouvir ecos, barulhos e ver vultos e silhuetas que seriam do Corpo-Seco, a beira do córrego e andando pela trilha que corta a gruta onde ele vive. A quem diga que o Corpo-Seco oferece tesouros inimagináveis a qualquer um que o atravesse para o outro lado do córrego.
     Com tudo, os mais velhos advertem: Todas aqueles que tentarem atravessar o Corpo-Seco visando recompensas oferecidas por ele terão um triste fim, não importa como você tente atravessar o Corpo-Seco, durante o percurso ele vai ficar tão pesado que afundará na água, levando junto dele aquele que se atreveu a ajuda-lo.


O Corpo Seco de Ituiutaba -  MG



     Outra cidade com uma versão alternativa da lenda do Corpo-Seco é Ituiutaba - MG, que como Monteiro Lobato também guarda uma história de arrepiar.

     De acordo com a lenda que circula na cidade, existia um homem muito mau, extremamente antipático e que fazia a própria mãe de montaria. Reza a lenda que quando foi ser enterrado o corpo desse homem foi expulso 3 vezes pela terra antes de ser levada por bombeiros até uma serra que fica ao sul do município, depois do acontecido a serra passou a se chamar: "Serra do Corpo-Seco".

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