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Benção ou Maldição?



     Olá, li seu blog e me identifiquei bastante, afinal, também sou apaixonada pelo oculto, a ciência e o sobrenatural. Como sei que um dos seus post foi sobre dons sobrenaturais, acho que iria gostar do meu relato.

     Pois bem, eu tenho 16 anos, venho de uma família de fanáticos religiosos que tem muito a esconder sobre nossos ancestrais. Eles odeiam falar sobre as nossas gerações passadas, mas consegui descobri algumas coisas sobre o passado da minha família. Somos descendentes de índios, figuras marcantes do nordeste e algumas moças/bruxas que imigraram de Salem para cá. 
     Eu sou nordestina, mas vivo em SP atualmente, porém isso não faz muita diferença, as coisas nunca foram normais para mim. 
     Desde criança, manifestei muitos sinais de sensitividade, psicometria e empatia. Com o passar dos anos, esses dons continuaram se expandindo e hoje tenho um grau de intuição muito aguçada. Acredito que ainda irei adquirir mais dons e isso também vale para o meu grau de conhecimento. Sou muito curiosa e a curiosidade tentou me matar várias e várias vezes.
     Agora, enfim, listando minhas capacidades atuais, posso prever através dos sonhos, sentir, ver e expulsar entidades, consigo entrar em transe durante o sono e me deslocar para outros locais, posso sentir a energia das coisas ao tocá-las, ainda consigo reproduzir símbolos estranhos - que, mesmo com várias pesquisas, ainda não sei do que se tratam.
     Bom, com tudo esclarecido agora, posso contar alguns relatos. Como já disse, desde criança presenciava fenômenos estranhos, como as pessoas que eu via na porta de meu quarto e até mesmo premonições fortíssimas, como quando estava indo para a fazenda dos meus avós e me vi sendo atacada por uma raposa. Acontece que, no dia que isso aconteceu, eu teria de ir à fazenda, mas, obviamente, desisti. Uma das fases mais intensas foi quando entrei na puberdade, com 11 para 12 anos.
     Nessa época, eu morava em uma cidade no interior da Bahia, na divisa com Sergipe.          Foi uma época conturbada devido ao divórcio dos meus pais, e minha mãe resolveu me afastar da confusão me mandando para morar com seus irmãos, no caso, meus tios. Lá, morei numa casa de esquina com a minha tia que fazia faculdade no período da noite e meu tio que, bom, trabalhava durante o dia e ia para a casa da namorada à noite. Eu estudava de manhã, ficava em casa à tarde e costumava sair de noite para a casa da minha prima porque morria de medo de ficar só, naquela casa.
     Enfim, naquele dia em que eu fui para a casa da minha prima, provavelmente no mês de agosto, não me recordo bem, eu acabei ficando até um pouco mais tarde do que o habitual.      Quando me dei conta de que eram 20h, resolvi ir para casa logo. Para mim, que tinha 12 anos na época, era normal sair sozinha, sempre fui independente, mas eu sempre voltava para casa às 19h, quando ainda haviam crianças brincando na rua, mas estava tarde e eu não estava me sentindo muito bem. Mesmo assim, me despedi e tomei meu caminho para casa. Eu só precisava descer uma rua direto que logo veria a minha casa na esquina, precisava andar por volta de 4 quadras. Apressei o passo e fui com aquela sensação de desconforto. Faltando uma quadra para chegar ao meu destino, eu teria que passar por uma igreja evangélica que era especializada em fazer libertações e, bom, eu tinha medo de passar lá perto e acabar atraindo algo, então cruzei a rua e fui descendo. Quando tive que atravessar a encruzilhada da rua da igreja, faltando pouco menos de 5 casa para que eu chegasse à minha, eu a vi parada no meio da rua.
     Era uma mulher que luzia como a mais potente lâmpada fosforescente. Eu não senti temor, nem nada, eu estava admirada, encantada e só conseguir vidrar meus olhos nela.            De repente, ela se aproximou e eu senti como se alguém me dissesse: "é melhor você ir para casa". Então ouvi a mulher dizer: "sua tia não vem para casa hoje". Nisso, eu saí correndo para casa, cheguei com o coração palpitando, tremendo, mal conseguia abrir o portão. Entrei, abri a porta correndo e fechei tudo. Sentei no sofá e fiquei respirando fundo para não desmaiar, porque tenho problema de pressão. Estava quase me recuperando quando meu celular tocou e era a minha tia, ela me disse que não viria para casa naquela noite porque teria que apresentar um seminário de manhã, então iria dormir na casa de uma amiga dela.
     Contei até 10, para manter a calma e, quando cheguei ao 10, vieram os gritos da rua de cima. E foi aquele rebu, os vizinhos saíram correndo para ver o que era, meu tio chegou em casa logo e perguntou se eu tava bem, que horas eu tinha chegado, começou a me fazer um interrogatório e eu sem entender nada. No dia seguinte, minha vó explicou que, ali, na rua de cima, onde eu havia visto a mulher de branco, uma garota na minha faixa etária havia sido assassinada e seu coração havia sido retirado para um ritual de magia negra.
     Eu, obviamente, fiquei em estado de choque. Eu poderia ter sido aquela garota! Mas a mulher me salvou, ela é como meu anjo da guarda, continua aparecendo e me alertando em horas de perigo.
     Essa não foi a coisa mais surpreendente e extraordinária que já me aconteceu e eu acredito que ainda presenciarei coisas chocantes.
      Ano passado foi assustador; meus dons se manifestaram com muita intensidade devido às coisas que eu vi. Eu fazia projeções astrais em minha casa e encontrava criaturas malignas que queriam fazer mal à minha família no plano espiritual. E eu conseguia expulsar essas coisas. Durante uma semana inteira, eu tive visões de coisas ruins que não tardaram acontecer. 
Na foto, as marcas deixadas pela luta corporal que tive com a
entidade enquanto dormia.
     Eu vivenciei coisas na minha escola, na frente de todos, tive três quase desmaios. Sempre que chego perto de energia negativas, minha pressão caí, eu fico tremendo e é instintivo, eu já sei que tem algo a mais ali. Uma dessas coisas do ano passado me atacou enquanto eu dormia e me deixou com toda a parte do colo como se eu houvesse sofrido uma insolação (irei mandar foto).
     Enfim, eu também sei fazer feitiços, estou escrevendo um grimório com as coisas que vem em minha cabeça. É estranho, nunca ouvi falar nesses feitiços, mas eles vem em minha mente como se eu os conhecesse. Como quando eu tinha 7 anos, onde eu juntei 7 pedras de calcário numa noite de lua cheia e preenchi um terço católico com tais e fiz um pedido. No dia seguinte, quando fui conferir as pedras, elas haviam sumido. Perguntei se alguém havia tirado de lá, mas nem haviam visto as pedras. Em um mês, eu ganhei o que havia pedido naquela noite. E tudo isso só acontece comigo quando entro em uma especie de transe, como se eu não tivesse consciência, tanto que tenho problemas de sonambulismo.
     Acho que isso acontece comigo por causa da minha linhagem, possuo ascendência relacionada à bruxaria e assassinos (o famoso Lampião, do nordeste, é meu tio-bisavô). Acabei herdando tudo o que minha família repudia, fui taxada como ovelha negra da família, mas nunca cheguei a frequentar religiões que não fazem parte das vertentes do cristianismo.
     Uma pessoa me disse que eu era uma especie de profeta, escolhida, mas não estou certa sobre isso. Todos esses meus dons vieram com um preço muito grande e se eu finjo que eles não existem, acabam se tornando minha maldição.
       Toda benção que não é aceita se torna uma maldição.

Relato enviado por Dalila Bispo.

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